Dia do Estudante: desafios e aprendizados em tempos de pandemia
É com esperança que celebramos a chegada do Dia do(a) Estudante do ano de 2021 na UFPA. Na semana passada, o bandeiramento em todo o estado do Pará foi alterado para a cor verde, o que demonstra o baixo risco de contaminação atual pela Covid-19, graças aos métodos de precaução e à vacinação. O GT da UFPA sobre o Novo Coronavírus também anunciou a mudança para o bandeiramento verde em nove campi da Universidade, apontando a possibilidade (não obrigatoriedade) de retorno gradual de atividades acadêmicas presenciais, preservados os protocolos de biossegurança e os limites de ocupação dos espaços.
Com essa perspectiva, coletamos histórias de desafios e de oportunidades, sobre o que alguns estudantes da maior universidade do Norte e uma das maiores do Brasil têm vivenciado neste momento de pandemia.
Sobre os desafios encontrados nesse momento atípico de viver a Universidade, Kayan Cardoso, ingressante do ano de 2020 em Sistemas de Informações, afirma que o maior deles foi ter de lidar com a sensação de “sonho interrompido”, durante o início do ano passado, quando o Ensino Remoto Emergencial (ERE) ainda não tinha tomado forma. “Nos primeiros meses, era angustiante, parecia que todo o estudo e o esforço não tinham valido a pena, porém, com o início do ensino remoto, eu pude relembrar um pouco da sensação de calouro, o que deu um ânimo a mais para não desistir”, recorda.
Começar um curso universitário neste contexto não é nada fácil, mas conseguir terminar um de forma totalmente digital também é desafiador. Isso é o que conta Rebeca Rocha, concluinte do curso de Jornalismo na UFPA, que vivenciou todo o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de forma remota e fez a sua defesa por meio de plataformas virtuais.
“Escrever um TCC não é fácil, agora imagine ter que escrever o trabalho mais importante da sua graduação no meio de uma pandemia, sem ter o apoio presencial do seu orientador, e ainda num prazo curto de menos de três meses... foi um desafio enorme para mim”, conta a estudante, relembrando ainda que, na reta final da entrega do trabalho, o seu notebook quebrou, o que dificultou ainda mais a situação.
A produção acadêmica durante a pandemia - A mestranda do Programa de Pós-Graduação Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino Superior (PPGCIMES), Ana Paula Cruz, iniciou o mestrado uma semana antes de ser decretada a pandemia, em março de 2020. “Eu nunca poderia imaginar que meu mestrado seria on-line por conta de uma pandemia. Ao mesmo tempo, nunca passou pela minha cabeça que isso tornaria meu curso improdutivo”, conta. Ana Paula Cruz afirma que o ensino remoto mudou sua rotina positivamente.
“Estou desenvolvendo meu produto educacional ao mesmo tempo em que realizo o estágio obrigatório em uma turma da graduação. Antes das aulas começarem, tenho tempo para organizar tranquilamente os recursos que irei utilizar e, ao término das aulas, organizo meus relatórios do dia, despreocupada com o horário, pois já estou em casa”, explica.
Produzindo e tendo seu trabalho reconhecido como destaque nacional no IV Congresso Nacional de Engenharia de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Nangle Sacramenta conta que seu maior desafio durante o novo formato de estudo foi a adequação à completa dependência do espaço virtual para obrigações curriculares e preservação do equilíbrio psicológico nesse período tão caótico.
“Manter o ritmo neste momento tão adverso foi extremamente complicado, pois, em alguns momentos, era difícil ser produtiva e, em outros, parecia que eu não conseguia parar de estudar, pois, de certa forma, o estudo era minha válvula de escape”, conta a graduanda em Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo do Campus Salinópolis.
“Vai valer a pena” - Apesar das dificuldades, os estudantes concordam que as experiências de aprendizagem vivenciadas na pandemia proporcionaram maior autonomia em relação aos seus horários, além de maior comodidade e segurança de trabalhar e estudar em casa. “Considero a questão da comodidade um ponto muito positivo no ensino remoto, pois, como a Universidade é longe, não preciso gastar dinheiro com passagem de ônibus, não preciso acordar tão cedo para estudar”, comenta a formanda Rebeca Rocha.
“Estudar em casa me possibilitou estar mais tempo com a minha família, me exercitar mais e me alimentar com calma. Me permitiu sentir a tranquilidade de estar trabalhando e estudando em casa, sem a necessidade de grandes locomoções”, complementa Ana Paula Cruz.
Embora a maioria dos estudantes tenha se habituado ao contexto do ensino remoto, todos afirmam não trocar a vivência presencial pelo formato digital. “Eu acredito que o ensino remoto me ajudou a crescer em várias áreas, consegui ser resiliente e usá-lo a meu favor, porém não tenho dúvidas que prefiro ir à sala de aula e ficar imersa em um ambiente focado na explicação do(a) professor(a) e nas equações ganhando forma e sentido na lousa. Para mim, essa experiência é insubstituível”, conta Nagle Sacramenta.
Quando perguntado sobre quais os pontos em sua rotina de estudo que gostaria de manter no ensino presencial, Kayan Cardoso conta que tem altas expectativas para as voltas às aulas e que pretende manter o foco e a disciplina que precisou obter no ensino em casa. “Eu quero realmente viver a experiência do calouro, mesmo que um ano e alguns meses atrasado. Ainda acho que vai valer a pena”, afirma.
Texto: Adrielly Araújo - Assessoria de Comunicação da UFPA
Arte gráfica: Marketing Ascom UFPA
Imagens: Arquivo dos estudantes
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