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Campanha Fevereiro Roxo alerta para a importância do diagnóstico precoce para a qualidade de vida de pacientes com Alzheimer

  • Publicado: Quinta, 18 de Fevereiro de 2021, 13h03
  • Última atualização em Quinta, 18 de Fevereiro de 2021, 13h03
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Fevereiro Roxo alzheimer portal

O mês de fevereiro é marcado por duas campanhas de saúde: o “Fevereiro Roxo” e o “Fevereiro Laranja”. A campanha "Fevereiro Roxo" busca promover a conscientização em relação a três doenças: Alzheimer, Lúpus e Fibromialgia. Embora essas doenças ainda não tenham cura, é importante que sejam desmistificadas para que a população entenda a importância de procurar atendimento para o diagnóstico precoce, que, na maioria das vezes, é um fator primordial para manter a qualidade de vida dos pacientes. Para iniciar a série do “Fevereiro Roxo”, iremos falar sobre o Alzheimer.

A doença de Alzheimer é incurável e agrava-se ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada. Quase todas as suas vítimas são pessoas idosas, por isso a doença ficou erroneamente conhecida como 'esclerose' ou 'caduquice'. O Alzheimer se apresenta como demência ou perda de funções cognitivas, como memória, orientação, atenção e linguagem, causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.

"Discutir sobre a doença de Alzheimer é fundamental para o reconhecimento do que é, sintomas e diagnóstico precoce. É importante combater o estigma e o desconhecimento associados à doença, que ainda são muito presentes na sociedade, pois ainda existe dificuldade em lidar com pessoas com Alzheimer e outras demências. Promover esclarecimentos sobre o assunto contribui  para uma melhor qualidade de vida de quem é acometido pela doença e dos cuidadores e familiares", esclarece a professora Daiane Fernandes, coordenadora do 'Projeto Idoso Saudável', que promove diversas ações  para trazer melhoria da qualidade de vida para os idosos, amenizando as perdas ocasionadas pela doença.

Mitos e verdades - Não se sabe por que a Doença de Alzheimer ocorre, mas são conhecidas algumas lesões cerebrais características. Estudos demonstram que certas alterações cerebrais já estariam instaladas antes do aparecimento de sintomas. Por isso, quando aparecem as manifestações clínicas que permitem o diagnóstico, diz-se que teve início a fase demencial da doença. As áreas mais atingidas são as de células nervosas (neurônios) responsáveis pela memória e por funções que envolvem planejamento e execução de ações complexas

Entre os principais sintomas que caracterizam o Alzheimer, estão:  perda progressiva da memória, desorientação, distúrbios na linguagem, dificuldade em executar tarefas familiares,  perda da habilidade de cuidar de si, afastamento do trabalho e vida social, dificuldade em perceber imagens visuais e relações espaciais e alterações de humor e personalidade.

Acerca das verdades ditas sobre o Alzheimer, estão: a principal causa de demência no mundo; uma doença que não tem cura;  a prática de atividade física é importante para as pessoas com Alzheimer, pois alguns hábitos saudáveis podem contribuir para reduzir a probabilidade ou retardar o aparecimento da doença e; mulheres têm mais chance de desenvolver a doença. 

"O que pode explicar as mulheres serem mais acometidas está relacionado ao fato de o Alzheimer afetar principalmente pessoas a partir de 60 anos. Atualmente vivenciamos o processo de feminização na velhice, pois as mulheres vivem mais tempo que os homens, com isso colaborando para a doença afetar mais esse grupo. Alguns estudos reforçam que a diminuição hormonal vivenciada pelas mulheres na pós-menopausa pode ser um fator que influencia no aparecimento da doença", explica a professora Daiane Fernandes.

Ainda segundo a professora, a prática regular de atividades físicas “atua no controle de alguns quadros que podem influenciar nas demências, como triglicerídeos, colesterol, pressão arterial, glicemia; ajuda no controle de sintomas neuropsiquiátricos, como a ansiedade e a depressão, que geralmente aparecem no início da doença; melhora o funcionamento cardiovascular, favorecendo melhor oxigenação cerebral; e libera hormônios que protegem o cérebro".

Cuidados com os portadores - Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer e, no Brasil, cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico e, consequentemente, sem o devido uso de estratégias que podem ajudar a minimizar o desgaste e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.

Entre esses cuidados que os pacientes de Alzheimer devem ter, estão: estabelecer uma rotina diária, com o auxílio de ferramentas, como lembretes espalhados pela residência (desligue a televisão, feche a torneira, entre outros); reorganizar a casa, retirando objetos que possam oferecer perigo e provocar acidentes domésticos; dar tempo suficiente para que as perguntas e as respostas possam ser dadas e demonstrar compreensão da comunicação feita pelo doente; falar de maneira suave, devagar e transmitindo segurança; evitar discussões e dar ordens, falar sempre de forma positiva dizendo  o que pode e o que não deve ser feito; não tratar a pessoa com Alzheimer como criança, nem falar como se estivesse ausente; estimular a execução de  algumas atividades diárias, como tomar banho, vestir-se, comer, ir ao banheiro, e, caso a pessoa não tenha mais condições de fazer sozinha, realizar a supervisão orientando os passos que devem ser seguidos para realizar a atividade; e não receber muitas visitas em um único momento.

Aplicativo para exercícios cognitivos – Entre as alternativas para estimular as funções cognitivas de idosos e ajudar no retardo da doença, o uso de ferramentas tecnológicas também tem se mostrado uma boa opção. Um desses aplicativos, o MemoryLife, foi criado pela professora da UFPA Kátia Omura, em conjunto com os estudantes Alanna Ferreira, da Faculdade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (FFTO), e Ailson Freire, do curso de Engenharia da Computação.

Atualmente o aplicativo possui duas categorias de jogos, uma de memória e outra de lógica. Na categoria memória, há dois jogos, um de memória visual e outro de memória auditiva. No jogo de memória visual, o idoso precisa identificar o objeto que sumiu e no jogo de memória auditiva, ele precisa identificar os sons. Já no jogo de lógica, ele precisa clicar nas moedas em ordem crescente de valor. A ideia é fazer jogos com objetos do cotidiano do idoso. 

"O fato de ser um jogo digital já é algo que beneficia o idoso por ser algo diferente do habitual. Além disso, vários estudos mostram a importância de estimular os aspectos cognitivos do idoso como forma de manter a funcionalidade e a melhora na qualidade de vida”, explica a professora Kátia Omura. 

O MemoryLife está disponível para telefones com o sistema operacional Android e pode ser baixado aqui. Para saber mais sobre o Alzheimer, acesse o site da Associação Brasileira de Alzheimer.

Texto: Maiza Santos - Assessoria de Comunicação da UFPA
Arte: Mkt Ascom

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