Professor da UFPA lança livro sobre as práticas teóricas utilizadas no ato de alfabetizar
Para edificar um conceito de alfabetização, no qual a linguagem seja compreendida e vivida como campo de sentidos e significados, com efeitos estéticos, afetos e emoções, no dia 22 de outubro, às 9h, será lançado o livro “Alfabetizar como construir catedrais: criança, significação, afetividade, emoções e subjetividade”. O evento de lançamento da obra, que foi elaborada por meio de estudos, pesquisas e de experiências teóricas e metodológicas, ocorrerá via Google Meet. O livro já está disponível aqui.
A obra trata de discussões teóricas e metodológicas feitas com os bolsistas de Pesquisa e de Extensão, orientandos da Graduação e Pós-Graduação, e Mestrados do Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura do Campus Cametá (PPGEDUC/Cametá). Também traz resultados de experiências realizadas na sala de aula, sobre a temática da linguagem e alfabetização, nos anos iniciais do ensino fundamental. A ideia central é apresentar perspectivas teórico-metodológicas baseadas no princípio que questiona o que deveria mover e fundar a prática alfabetizadora.
"O livro provoca o pesquisador, o educador, professor, a se interrogar em suas práticas teóricas e atos de ensinar a linguagem: a alfabetização, se esta está constituída de subjetividades. Seria nào somente o ato pragmático, mas a ideia, um Zeitgeist, uma inspiração, em que a palavra tivesse contextualizada significação, fosse apreciada e apropriada em fios afetivos, emocionais e em efeitos estéticos, a seduzir, a encantar, que provocasse, pela palavra e com a palavra, a criança aos criativos usos e abusos do imaginário, do fantástico, da inventividade", afirmou o professor Raimundo Nonato de Oliveira Falabelo, um dos organizadores do livro.
De acordo com o professor Raimundo Nonato de Oliveira Falabelo, a importância maior do livro está em inseri-lo numa dimensão mais ampla, que é a região do chamado Baixo Tocantins, em que se localizam os Campi Universitário de Abaetetuba e Cametá. Na região, vem sendo produzido um conjunto de pesquisas comprometidas com a realidade da Amazônia paraense, com seus povos, suas culturas, com as formas de existir, lutar e avançar.
Sobre o livro - Os textos reunidos na obra, em sua maioria, apresentam a busca de se realizar discussões que visam elaborar uma teoria que os idealizadores do livro denominam, de forma seminal, 'Pedagogia da Significação Alfabetizadora'. Desta forma, os capítulos procuram explorar conceitos em seus aspectos teóricos, metodológicos e em seus desdobramentos práticos na sala de aula, na interação professor-Palavra/Linguagem-Criança.
O título do livro, ao fazer analogia entre Alfabetizar e Catedral, insinua a provocação: faça a criança admirar a palavra, extasiar-se com ela e por ela. Uma catedral, construída de brutos e frios materiais, ganha dimensão significativa e convida a desfrutar do estético prazer e gosto. Espera-se que a palavra chegue, assim, à percepção da criança.
'Alfabetizar como construir catedrais: criança, significação, afetividade, emoções e subjetividade' traz os conceitos-chave indispensáveis para se compreender e atuar na prática alfabetizadora, tais como: significação, afetividade, emoções, subjetividade. A palavra, além de sua significação dicionarizada, possui significações que, ao serem contextualizadas, são trespassadas por fios afetivos, emocionais e desnudam-se em efeitos de sentidos provocadores de subjetivação. O livro proporciona uma reflexão sobre o que se apresenta à criança, que, em muitas situações, é descontextualizado, não provoca emoção, não afeta subjetivamente a criança. É desprovido de efeito estético e de fruição do prazer para aprender e gostar de ler e escrever.
"No nosso livro, queremos dizer, porque é isso que pesquisamos: a criança, como nós, adultos, não presta atenção em palavras. Presta atenção nos significados e sentidos que se dão a ver quando a palavra é posta em funcionamento, na corrente viva das práticas sociais. A criança presta atenção nos efeitos de sentidos que as palavras despertam em sua subjetividade em constituição. Assim, na alfabetização, a linguagem deveria ser ensinada e vivida pela criança como uma prática social, cultural, como constituidora da formação de uma consciência crítica, criativa", pontuou o professor Raimundo Nonato Falabelo.
Segundo o professor Raimundo Nonato Falabelo, o livro resulta do esforço conjunto entre professor e alunos da Graduação e Pós-Graduação (PPGEDUC/Cametá), apoiados pelos recursos disponibilizados pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp/UFPA), por meio de Bolsas de Iniciação Científica, e pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex/UFPA), por meio de bolsa Pibex, Navega Saberes/Infocentro.
Serviço:
Lançamento do livro 'Alfabetizar como construir catedrais: criança, significação, afetividade, emoções e subjetividade'.
Data: 22 de outubro de 2020
Hora: 9h
Local: Google Meet
Link para o livro
Texto: Maiza Santos - Assessoria de Comunicação da UFPA
Arte: Reprodução Google
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