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Manual de Combate à Fake News

  • Publicado: Terça, 16 de Junho de 2020, 20h19
  • Última atualização em Terça, 16 de Junho de 2020, 20h19
  • Acessos: 1336

O presente manual procura servir como exemplo de currículo internacionalmente relevante, aberto à adesão ou adaptação, como resposta ao problema decorrente da desinformação global que confronta as sociedades em geral, e o jornalismo em particular.

Evita-se admitir que o termo fake news (“notícias falsas”) possua um significado direto ou comumente compreendido. Isso ocorre porque “notícias” significam informações verificáveis de interesse público, e as informações que não atendem a esses padrões não merecem o rótulo de notícias. Nesse sentido, então, a expressão “notícias falsas” é um oxímoro que se presta a danificar a credibilidade da informação que de fato atende ao limiar de verificabilidade e interesse público – isto é, notícias reais.

Para entender melhor os casos que envolvem manipulação exploratória do idioma e convenções de gêneros de notícia, esta publicação trata esses atos de fraude pelo que são – como uma categoria particular de informação falsa em formas cada vez mais diversas de desinformação, inclusive em formatos de entretenimento como memes visuais.

Nesta publicação, o termo desinformação é comumente usado para se referir a tentativas deliberadas (frequentemente orquestradas) para confundir ou manipular pessoas por meio de transmissão de informações desonestas. Isso geralmente é combinado com estratégias de comunicação paralelas e cruzadas e um conjunto de outras táticas, como hackear ou comprometer pessoas. O termo “informação incorreta” frequentemente refere-se a informações enganosas criadas ou disseminadas sem intenção manipuladora ou maliciosa. Ambos são problemas para a sociedade, porém a desinformação é particularmente perigosa pois é frequentemente elaborada, com bons recursos, e acentuada pela tecnologia automatizada.

Os provedores da desinformação atacam a vulnerabilidade ou o potencial partidário dos destinatários esperando que eles se alistem como amplificadores e multiplicadores. Desta forma, eles procuram encorajar-nos para nos tornarmos condutores de suas mensagens, explorando nossas propensões para compartilhar informações por múltiplas razões. Um perigo específico é que fake news nesse sentido são normalmente gratuitas – ou seja, pessoas que não podem pagar por jornalismo de qualidade ou que não têm acesso a meios de comunicação independentes, são especialmente vulneráveis à desinformação e informação incorreta.

Desinformação

A disseminação da desinformação e da informação incorreta é possível em grande parte por meio de redes e mensagens sociais, o que levanta a questão da extensão da regulação e da autorregulação das empresas que proporcionam esses serviços. Como plataformas intermediárias, em vez de criadoras de conteúdo, essas empresas, atualmente, estão sujeitas a regulação precária (exceto na área de direitos autorais). Sob pressão paulatina, contudo, e com um aumento nos riscos de liberdade de expressão impostos pelo excesso de regulação, a autorregulação tem aumentado – embora em etapas irregulares. Em 2018, o relator especial da ONU sobre Liberdade de Expressão e Opinião focou seu relatório anual nessa questão, encorajando as empresas da internet a instruírem-se com a autorregulação nos meios de comunicação e a se alinharem melhor com os padrões da ONU sobre o direito de transmitir, buscar e receber informações. Dentro dessa ecologia em rápida evolução das medidas tomadas por ambos os estados e empresas, há um papel muito significativo dos jornalistas e meios de comunicação, o que torna esta publicação relevante.

Baixe o manual de combate à fake news na íntegra AQUI.

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