Inteligência artificial agiliza busca pela inovação em biblioteca
Moacyr Domingos Novelli: gerando mais conhecimento – Foto Marcos Santos/USP Imagens
O professor da FO Moacyr Novelli, que coordena o trabalho, diz que ele ainda não está de todo concluído, mas já pode ser utilizado. “Estamos desenvolvendo agora uma interface amigável que facilitará os processos de navegação da ferramenta”, informa o professor Celso Massatoshi Furukawa, da Escola Politécnica (Poli) da USP, que é parceiro do projeto CRAI. A coordenadora da Biblioteca da FO e doutora em Ciência da Informação Lúcia Maria Sebastiana Verônica Costa Ramos também integra a equipe de implementação.

Mas de que maneira, por meio de tantas informações que constituem um acervo imenso como o de uma biblioteca, será possível detectar algum tipo de inovação? Na prática, o novo software minerador de dados vai gerar, a partir de uma pesquisa, informações cruzadas que permitam visualizar as ocorrências entre termos de uma busca.
Exemplificando: se o usuário buscar por “capim mombaça” e “celular android”, o minerador de dados apresentará um gráfico das teses de doutorado que tratam dos dois temas. Aparentemente distintos, certamente haverá ligações entre os termos e serão apresentadas pesquisas de diversas áreas do conhecimento. “À medida que as ligações se mostrarem cada vez mais distantes ou isoladas, significa que estamos diante de possíveis inovações”, descreve Novelli.
Com base nos resultados até o momento obtidos, vem sendo realizada no CRAI a articulação das informações de um serviço de extensão destinado a pacientes da FO da USP, a ONG Envelhecer Sorrindo.
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Equipe do CRAI. A partir da esquerda: Celso Furukawa, Moacyr Novelli, Lúcia Ramos e Robson Brandão – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
A iniciativa, que já existe há 20 anos, fornece atendimento multidisciplinar a idosos que necessitam de prótese total. O serviço vai desde atendimento odontológico, psicológico e fisioterápico até fonoaudiológico e nutricional. Segundo o professor Novelli, serão coletadas informações dos prontuários de pacientes, de imagens clínicas e de aparelhos protéticos. Esse material será articulado com os textos das teses da FO e de outras unidades da USP que tratem de temas correlatos. “Toda essas informações serão enviadas ao software de IA, que nos retornará dados que apontem para possíveis inovações”, descreve o coordenador.
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Furukawa e Novelli já propuseram a implantação de um CRAI também na biblioteca Prof. Dr. Alfredo Gandolfo, que fica no prédio das Engenharias Mecânica, Mecatrônica e Naval, da Poli. Segundo Furukawa, a proposta é incluir serviços pedagógicos e recursos tecnológicos, com instrumentos e equipamentos que permitam aos alunos desenvolverem pesquisas próprias e explorar ideias inovadoras.
“A ideia é fazer da pesquisa científica um instrumento de formação e fomentar iniciativas inovadoras e empreendedoras dos alunos”, descreve o professor da Poli. Dentre diversas iniciativas propostas, está a criação de revistas estudantis para incentivar os alunos a publicarem os resultados de seus trabalhos e assim adquirir experiência na escrita de artigos técnico-científicos. “Na Poli já criamos a Mecatrone”, destaca Furukawa. A publicação eletrônica está hospedada no Portal de Revistas da USP desde 2015. A proposta é que o Minerador esteja disponível em todas as bibliotecas da USP quando estiver pronto, mesmo naquelas que ainda não utilizarem o sistema CRAI.
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