Faculdade de História promove seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão em aldeia Tembé
A Faculdade de História do Campus de Bragança da Universidade Federal do Pará (UFPA) vai realizar o primeiro seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão, a ocorrer na aldeia Sede Tembé. A programação ocorrerá no domingo, dia 26 de abril, e abordará os resultados de projetos de ensino, pesquisa e extensão realizados nas aldeias Ytuaçu, Sede, Pinawa e Ypydõ. No evento também serão lançadas seis cartilhas apresentando os saberes do povo Tembé e serão apresentados nove Trabalhos de Conclusão de Curso de alunos da Faculdade de História do Campus de Bragança da UFPA.
A importância do evento, segundo a professora Vanderlúcia Pontes, coordenadora dos projetos nas aldeias, é de potencializar a educação inclusiva e intercultural, aproximando a universidade das comunidades, de modo que estabeleça o diálogo e o compromisso pelos direitos aos territórios e modo de vida dos povos indígenas.
“As expectativas são de que novos desafios sejam enfrentados, principalmente, de formar gerações de historiadores que reescrevam a história na perspectiva dessas populações e de suas lutas e resistências e que a Universidade possa se abrir no sentido de que as populações indígenas não sejam somente objetos de estudos e pesquisas, mas sujeitos em interlocução permanente com a academia, para que juntos possam encontrar soluções mais equânimes para as desigualdades sociais, para o enfrentamento do preconceito e do racismo e para que se assuma o compromisso do retorno dos resultados de projetos e pesquisas desenvolvidos pela Universidade para essas populações”, explicou a professora.
Segundo ela, o povo Tembé foi escolhido por historicamente ter sofrido muito com racismo, preconceito e conflitos territoriais. “Denominado pelos citadinos e por parte de estudiosos do campo acadêmico de ‘índios misturados’, ou seja, aqueles que são destituídos de etnicidade, por já terem incorporado elementos de outras culturas, eles vivem o dilema de terem constantemente seu território invadido e de serem desrespeitados como povo. Ainda assim, eles têm resistido e criado estratégias para defender seus direitos de viver em um território, de expressar sua cultura e garantir seu modo de existir como um povo indígena.”
O seminário contará com representantes do povo Tembé das quatro aldeias, da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da UFPA, além dos estudantes e professores envolvidos nos projetos. A programação é restrita ao povo Tembé e aos envolvidos no projeto.
Texto: Rafael Miyake – Assessoria de Comunicação da UFPA
Arte: Divulgação
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